🌿Book Review: Since You’ve Been Gone by Morgan Matson🌿
(English)
Some books make us believe they’ll be simple reads - light, easy, and forgettable. Since You’ve Been Gone seemed like one of those. We picked it up after Watership Down, expecting something soft, romantic, and uncomplicated… and found something surprisingly deeper, touching on themes like friendship, longing, growth, vulnerability, and discovering our place in the world.
The further we got, the more we realized this is not just a story about completing a summer bucket list—it’s a story about finding out who we are when the person who shaped us the most, the one who made the world feel less intimidating, suddenly isn’t there anymore.
A quick warning: from here on out there will be spoilers, so if you haven’t read the book and want to go in completely blind, come back after you finish it! ⚠️👀
Despite this being a YA romance, there were moments when we genuinely feared the story would turn tragic. (Probably Nicholas Sparks trauma 😅.) Sloane’s absence lingers over every chapter, and part of the book’s charm lies in Emily’s emotional search for answers.
However, there is one aspect of Emily’s character arc that felt completely out of place: the kiss with someone who was still in a relationship. It was a disappointing moment for us, because although Emily had flaws, we didn’t expect that from her. It’s hard to root for a protagonist who crosses such a boundary—one that wasn’t even necessary for the story to work.
We loved the way Emily and Frank’s friendship slowly blossomed into something more, but honestly? His girlfriend’s existence served no purpose except to create unnecessary drama. Either she shouldn’t have existed at all, or the kiss should only have happened after a breakup. Frank is too straight-laced to let something like that happen, and Dawn… we loved her friendship with Emily, and it was awful seeing it fall apart because of that one moment. Emily, of all people, should have understood how painful betrayal can be.
So even though Emily grows, that moment does tarnish her character a little. Growth is good—but not at the cost of something so inconsistent with who she is. 😕
The romance… well, it’s sweet and adorable, but it betrayed us a little. Emily and Frank have chemistry—slow-burn, gentle, genuine—but that kiss before the end of his relationship is impossible to ignore. Even if the relationship was weak, even if the girlfriend was absent, the story forces a moment that should’ve been built cleanly. Watching such “rule-following” characters fall into such a misstep was frustrating—especially because it broke another friendship.
Still, their friendship remains one of the cutest parts of the book 🤭 — honest, supportive, beautifully written.
Reading Since You’ve Been Gone felt like returning to teenage years. That warm feeling of remembering dramas, discoveries, first loves, and fears that once felt enormous. Sloane’s list even made us wonder if we’d ever attempt something similar. Probably not (we’re realistic 😂), but it did make us think about challenging ourselves a little more. Maybe stepping out of our comfort zone wouldn’t be so terrible. Maybe it would give us stories to look back on someday.
That nostalgic, gentle, quietly inspiring feeling is what we’re taking from this book.
The book may seem long, but we feel the pacing makes sense. We’re inside the mind of someone who overthinks, fears, hesitates, and analyzes every tiny step as if it were a mountain. The writing reflects that: detailed, deliberate, hesitant.
In the end, Sloane finally got what she deserved—someone who ran after her, someone who didn’t let her vanish. It was comforting to see that dynamic reversed. And despite the romance’s flaws, we were still happy for Emily too.
(Português)
Há livros que nos fazem pensar que vão ser uma leitura simples e fácil de cair no esquecimento, e Since You’ve Been Gone parecia ser um desses casos. Escolhemos este livro depois de Watership Down à espera de uma leitura leve, romântica e descontraída… e encontrámos algo surpreendentemente mais profundo com muita incidência sobre temas como amizade, saudade, crescimento, vulnerabilidade e a descoberta do nosso lugar no mundo.
Quanto mais avançávamos na leitura, mais nos fomos apercebendo que este não é apenas um livro sobre completar uma lista de desafios durante o verão, mas sim, um livro sobre reencontrar quem somos quando a pessoa que mais nos moldava e nos deixava confortáveis perante o desconhecido, deixa de estar por perto.
Avisámos já que a partir de agora vão existir alguns spoilers sobre a leitura por isso, se não leram o livro e querem ser completamente apanhados de surpresa é melhor voltarem depois de ler o livro! ⚠️👀
Desde o início, aquilo que mais nos prendeu foi o desaparecimento da Sloane, ainda que como leitores só a conhecemos por recordações da Emily, a nossa protagonista. É esse mistério que dá o tom da história, mesmo quando a narrativa parece focar-se noutras coisas mais banais. A autora deixa apenas pistas suficientes para nos fazer questionar o que pode ter acontecido. Será que a Sloane fugiu? Os pais escondiam algum segredo relacionado com o seu desaparecimento? Estará ela em perigo? Será que aconteceu algo mais… sombrio?😶
A verdade é que, apesar de estarmos num romance YA, houve momentos em que genuinamente tememos encontrar algo trágico. Complexo provocado pelo Nicholas Sparks, provavelmente😅. A ausência da Sloane paira sobre cada capítulo e parte do encanto do livro está precisamente nessa busca emocional da Emily por respostas.
A Emily é uma protagonista tímida, um pouco medrosa e viveu boa parte dos seus últimos meses na sombra da Sloane. São opostos perfeitos uma da outra e é precisamente isso que faz a amizade delas funcionar. A Sloane puxa a Emily para experienciar coisas que de outra forma ela estaria demasiado envergonhada para tentar. Porém, ver a Emily a evoluir, mesmo que aos tropeções, foi das partes mais bonitas do livro. Ela cresce através das pequenas coisas: ir a um sítio sozinha, enfrentar o medo de cavalos, abraçar uma pessoa estranha... O que seriam passos imperceptíveis para os outros são enormes para ela. Juntas, são lados opostos da mesma moeda.
Contudo, há um ponto importante na sua construção que sentimos que falha por não ter nada a ver com algo que a Emily faria. Estamos claro a falar da decisão de beijar alguém que está numa relação. Foi um momento bastante desapontante para nós, porque a Emily tinha as suas falhas, mas não esperávamos ver essa atitude da parte dela. É difícil torcer por uma protagonista que ultrapassa um limite que não precisaria de ser ultrapassado para a história funcionar.
Adorámos a forma como a amizade da Emily e do Frank evoluiu para gostarem um do outro, mas a verdade é que era preferível a namorada dele não existir, porque só acrescentou drama desnecessário à história, visto que ela nem estava presente... Ou o beijo só devia ter acontecido depois de um término. Uma personagem como o Frank é demasiado certinha para se permitir deixar algo assim acontecer. E a própria Dawn... Adorámos a amizade dela com a Emily e foi horrível a forma como tudo acabou por causa de um beijo. A Emily mais que ninguém devia saber o quanto uma pessoa pode ficar magoada ao ser traída.
Por isso, por mais que a Emily evolua, é um momento que mancha um pouco a imagem dela. Crescimento sim, mas não à custa de algo tão desalinhado com a sua personalidade 😕.
A Sloane enquanto personagem é um turbilhão de sensações. Aparentemente confiante, destemida, vibrante… E ao mesmo tempo, uma rapariga profundamente perdida, moldada por uma educação fria e por pais que nunca a viram de verdade e que estão completamente desinteressados no seu bem estar e na sua felicidade.
Apesar da sua ausência durante grande parte do livro, ela é uma presença constante nas memórias da Emily de cada vez que passam a um novo desafio da lista. E, para nós, acabou por ser uma personagem mais interessante do que a própria Emily. Ela empurra a amiga para viver, mas não consegue aplicar essa coragem à própria vida e vive num medo constante de que se não deixar as amizades para trás, as amigas acabarão por se esquecer dela e, essa contradição na forma de ser e no que ela incentiva a Emily a ser, torna-a profundamente humana.
O romance... bem, é doce e adorável, mas atraiçoou-nos e levou-nos por um caminho que não gostamos. A química entre a Emily e o Frank está lá, é fofa, é terna, desenvolve-se devagar… mas aquele beijo antes do fim da relação do Frank é impossível de ignorar.
Mesmo que a namorada dele fosse negligente, mesmo que o relacionamento estivesse por um fio, o livro força um momento que podia perfeitamente ter sido construído de forma limpa. Foi frustrante ver duas personagens tão “certinhas” tomarem uma decisão tão desalinhada delas próprias e a destruir uma amizade com outra no processo.
Apesar disso, a amizade deles é das partes mais queridas do livro🤭 — honesta, cúmplice e muito bem escrita.
As playlists são um dos elementos mais especiais do livro. Funcionam como um fio invisível que liga a Emily ao Frank, e à própria Sloane.Cada música parece escolhida para refletir emoções que eles ainda não sabem expressar. As corridas tornam-se momentos de libertação, de conexão silenciosa, de crescimento interior.A música acompanha a evolução da Emily, marca as mudanças, suaviza a solidão e torna a leitura mais sensorial.É um detalhe que transforma por completo a experiência do livro.🤗
Ler Since You’ve Been Gone foi um regresso à adolescência. Aquele “quentinho” de recordar dramas, descobertas, primeiros amores e medos que na altura pareciam gigantes.
A lista da Sloane teve até um efeito inesperado: deixou-nos a pensar se seríamos capazes de algo semelhante. Provavelmente não (somos realistas 😂), mas a ideia de nos desafiarmos mais ficou connosco. Talvez sair um pouco da zona de conforto não fosse assim tão mau. Talvez desse boas histórias no futuro...
É essa sensação, leve, nostálgica, quase inspiradora que levamos deste livro.


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